quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Referências Bibliográficas

Ouvindo: "Meu querido paiol", Cocoricó (Pedro gosta, eu também gosto! kkk).

Salve, pessoal!


Sem sombra de dúvidas, referências bibliográficas fazem parte da lista de coisas que nunca podem faltar numa publicação acadêmica decente. Resumindo a situação, enquanto não nos tornarmos doutores, não temos direito a falar muita coisa. No máximo, falar sobre o que outros falaram.


Não sei vocês, mas tenho uma dificuldade imensa em lembrar quem escreveu isso ou aquilo. Esqueço nomes, esqueço datas (estas eu esqueço sempre) e por aí vai. E olha que isso começou cedo: eu nunca soube de qual capítulo ou versículo eram as passagens que a catequista me cobrava.


Esquecer essas coisas me fez pensar nas referências de forma diferente. Como não consigo associar as coisas a autor fulano ou sicrano, comecei a associar às pessoas que me ensinavam essas coisas. Um professor, um parente, um amigo que, um dia, falou pra mim algum conceito, alguma proposta, alguma abordagem, alguma teoria. Passei a dedicar o crédito do que aprendo a eles, não àquelas pessoas que nunca vi na vida mas que, por terem publicado algo, tem crédito acadêmico. Faz muito mais sentido e tem muito mais significado pra mim.

Se isso parece incomum e distante para vocês, meus colegas acadêmicos, façam um exercício: lembrem daquela prova ou trabalho em que você tinha certeza de algo mas não fazia idéia de quem era o autor. Aquele argumento matador que você ia incluir no trabalho de final de semestre e que ia fazer seu professor marcar um 10 com gosto! Vai dizer que você não pensava: "Rapaz, colega fulano falou isso! Professor sicrano confirmou!". Nessas situações é que você pode ter certeza que o autor daquela teoria nunca foi aquelezinho que aparece nas referências bibliográficas.

Eu poderia citar um sem-número de exemplos aqui. Mas dois bastam.

Sétima série. Aula de Técnicas Comerciais. Professora Maristela. "Necessidade é um estado de privação ocasionado pela falta de um bem".

Sexta série. Meu último ano de Escolinha ABC. Aula de História. Professor Jomarito. Arguição, com a sala dividida por grupos (eu era dos Bossais, título dado pelo próprio professor que nomeou os grupos). Ele pediu para citar o nome do presidente do Paraguai que levou a derrocada do país. Ninguém lembrava, até que o professor, músico, disse: "Quando numa apresentação um músico toca um trecho sozinho ele está...". Solano! Solano Lopes!, gritamos logo!

Pessoal... quem vai saber as referências dessas coisas? Sei que Professora Maristela, mesmo com sua voz insuportável, e Professor Jomarito, confiando na metáfora, ensinaram tudo isso e muito mais!

Sei bem que numa defesa de tese, numa banca ou mesmo na publicação de algum trabalho eu citar minhas fontes de aprendizado informal não serão grandes geradores de crédito a meu favor. Mas me tranquilizo por lembrar com muito carinho de situações e pessoas que tanto me ensinaram e me ajudaram a concluir todas as etapas de minha vida profissional e acadêmica.

Abraços a todos!

PS: Gostaria muito, muito mesmo, de poder citar os infinitos exemplos. De professores, amigos, colegas de trabalho, família... se vocês ao menos imaginassem o quanto aprendi e aprendo com vocês! Muito obrigado a todos!
PS.2: Ocorreu-me algo agora... Professor Jomarito nomeou meu grupo como "Bossais". Será que isso reforça o que Mestre Simões me diz: "Baianinho, tudo é feedback!"?
PS.3: Os morrenses entenderão: pessoal, é sério! Lembro de Maristela falando isso com aquela voz irritante e tudo. PelamordeDeus!

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