quinta-feira, 3 de agosto de 2017

Recordar, repetir, elaborar

Ouvindo: "The Evil That Man Do", Iron Maiden.

O título do post de hoje não é meu. É de um artigo sobre a técnica da Psicanálise, escrito por um senhor chamado Freud lá pelos idos de 1914. Mas cabe bem com o sentimento de hoje.

Soube recentemente de um amigo que está passando por uma situação delicada em sua vida. E isso mexeu comigo. Tanto por envolver um amigo, como por já ter vivenciado experiência semelhante em algum momento de minha história.

Recordar.

Quando soube, a empatia me colocou em seu lugar. Voltei a sentir uma angústia semelhante a que vivi na ocasião. O mesmo aperto no peito, a mesma preocupação com o depois, uma sensação de desesperança...

Repetir. 

Parei e pensei em tudo o que aconteceu em minha vida depois do meu evento em particular. Como eu mudei, como as coisas mudaram. E como eu também mudei minha percepção em relação a tudo aquilo que vivi. Pude confirmar ou refutar, em meu coração, algumas das coisas daquela época, tomando para mim o que me faria crescer e descartando (com as devidas considerações, claro) as que não me serviam.

Elaborar.

E assim, de certa forma, vai se dando o processo terapêutico. E os processos em nossas vidas também. Por mais que eu já tivesse trabalhado isso tudo em terapia (o evento já tem quase 10 anos), ter alguém próximo passando por algo semelhante volta a mexer com a gente. Mas em uma breve conversa, pude dizer a esse amigo que por mais dolorido que seja o momento, virá a hora da elaboração, onde ele poderá colher os frutos bons, apesar do momento conturbado em que nem achamos ser tempo de plantio.

E apesar da canção de hoje afirmar que o mal que os homens fazem irá perdurar, eu continuo a acreditar que a bondade em nossos corações irá vencer. E que as elaborações virão, para nos fazer crescer e levantar a cabeça. Sempre.

Abraços a todos.

P.S: a você, meu amigo, que Deus permita que nesse momento você possa encontrar amparo e amizade como eu encontrei quando estive em situação semelhante a sua. E sim, você foi um desses amparos e amizades.