sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Ser psicólogo e ser pai

Ouvindo: "Recado pra um amigo solitário", Paulinho Pedra Azul.

Salve, pessoal!

Acreditem: a linha existente entre ser psicólogo e ser pai não é nada tênue. Na verdade,  há um grande abismo entre as duas coisas.

Volta e meia eu comento que algumas ciências humanas estão mais próximas da medicina do que da arquitetura. Um arquiteto projeta e constrói sua própria casa. O médico não consegue se operar. A psicologia é desse jeitinho, vale muito mais da porta pra fora.

Pedro está com três anos e meio e Marcos chega em fevereiro. Os reflexos dessa mudança já estão sendo sentidos pelo meu pequeno. Pedro anda agitado, bateu em alguns colegas da escola, deu uma ou outra birra. (Ok, admito: ele deu A birra semana passada). Sei que tudo isso é normal, mas no fim das contas, em relação a eles, só existe o pai, não tem nadinha do psicólogo. Fico com dúvidas, preocupado, ansioso...

Amanhã teremos uma reunião com a coordenadora pedagógica da escola de Pedro. Uma pessoa fantástica, com percepção muito apurada e de nossa total confiança. Mas quem vai é o pai, não o psicólogo. E o pai não entende nada de fases de desenvolvimento, de crises na infância e afins. Isso é papel do psicólogo, que atua, como se diz, "da porta pra fora".

Um grande amigo é bombeiro e sofreu um acidente de carro uma vez. Preso entre as ferragens, ele orientou o trabalho das pessoas que prestaram socorro. Isso, com certeza, evitou que a coisa fosse mais grave. Não consigo agir assim com Pedro, admito.

No início minha esposa ainda tentava. Perguntava o que aconteceria com o bebê a cada mês,  qual a expectativa de desenvolvimento, coisa e tal. O psicólogo, aluno esforçado e dedicado, até saberia. Mas o pai... tsc, tsc....

"Casa de ferreiro, espeto de pau", é o que dizem.

Abraços a todos.

P.S: a meu favor, uma defesa: em cada cenário desempenhamos um papel, certo?

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