quarta-feira, 7 de abril de 2010

Me orgulho de ser um homem atrás de meu tempo.

Ouvindo: “Cocaine”, Eric Clapton.

Salve, pessoal.

Me orgulho de ser um homem atrás de meu tempo. Na contramão de tudo e todos, esse negócio de vanguarda não é lá a minha praia. Até pensar em ser alguém que acompanha meu tempo já me apavora, veja lá estar adiante dele. E vejo isso por dois motivos, sendo um de implicância e revolta e o outro por convicção (ou não) filosófica.

Para que eu possa justificar meu primeiro motivo, peguem o que temos hoje na nossa música: Rebolation, Calypso, Emos e por aí vai. Quando o tal do ET morreu, falaram que ele, com seu parceiro Rodolfo, venderam 200 mil cópias de seu disco. Vê se alguma música de qualidade vende isso hoje!

O meu tempo era o do rock nacional dos anos 80. E vieram os anos 90, que ainda produziram muita coisa boa. Mas, depois disso, o angú parece que desandou total. Confesso que não me contive no meu tempo, achei melhor, mais sábio e mais prudente retroceder sempre uma ou duas décadas, pelo menos. E foi aí que conheci Maria Bethânia, Caetano Veloso, Chico Buarque, Renato Teixeira, Raul Seixas, Iron Maiden, Eric Clapton, Pink Floyd e muitos outros que nem tenho como citar agora. Estar atrás de meu próprio tempo sempre me foi muito vantajoso!

O segundo motivo não deixa de ser importante. Talvez seja até mais. De que me adianta viver à frente de meu tempo, querer ser o futuro, a vanguarda, e deixar de vivenciar o presente, o hoje? Hoje é o tempo mais importante, o que faço agora é o que me importa. Muitas vezes ficamos pensando no futuro e o presente passa por nós, sem que possamos aproveitá-lo devidamente. “Carpe diem”, não é o que diziam?

Embora tenha limitado minha justificativa do primeiro motivo a questões musicais, poderia fazer uma lista extensa de situações que comprovam que o tempo de ontem tinha coisas mais agradáveis e proveitosas que o tempo de hoje: recebíamos cartas e não e-mails, não éramos reféns de celulares, conversávamos mais pessoalmente que por msn. Isso sem falar nas questões sociais, como a violência, por exemplo (sim, ela era menor antigamente!).

Eu me orgulho de ser um homem atrás de meu tempo. Na contramão de tudo e todos, avesso à vanguarda.

Abraços a todos!

P.S: Sim, eu sei que o título e a primeira linha pediam uma “ênclise”. Mas eu não quis usar. Vão se queixar com Nego Fiinho, que diria: “Dei-me-o!”

P.S.2: Usar um blog é uma contradição? Depende. Se você pensar que quando comecei com o blog esse conceito já era velho, continuo sendo um homem atrás de meu tempo.

P.S.3: Pros gaiatos de plantão: sem piadinhas com esse negócio de “na frente” ou “atrás” disso ou daquilo. A idéia não foi gerar duplo sentido, seus pervertidos! Quanta mente imunda, meu Deus...
P.S.4: Querem pensar em mais coisas de antes que continuam boas hoje? Vão listando nos comentários. Quem sabe depois eu publico a lista aqui.

2 comentários:

Leonardo Xavier disse...

Lembrei de uma camiseta que eu vi uma vez que dizia em inglês algo parecido com a seguinte idéia:

"A nostalgia era melhor antigamente"

Jeferson Cardoso disse...

Fui até a Sara para conhecer o “Percevejerá...” Lá eu ouvi o The Killers, eu li, e vi o seu rosto no quadro da casa (blog). Então, resolvi vir falar com você e lhe convidar também para conhecer e opinar sobre o meu Bronson no http://jefhcardoso.blogspot.com. A Sara opinou e eu adorei.

Abraço do Jefhcardoso, pai do Bronson!