domingo, 29 de novembro de 2009

Ilustrando o post anterior

Ouvindo: "A besteira é a base da sabedoria", Falcão.

Pessoal

Tenho me policiado para não xingar, mas não pude resistir! Diante do post anterior, lembrei de um texto que ilustra bem como dizer não de forma definitiva.

O texto envolve palavrões de diversos tipos e qualidades. Mas o parágrafo sobre "Dizer não" é fantástico!

Quem me mandou o texto informou que era do Millôr Fernandes. Se alguem tiver condições de confirmar a autoria, agradeço muitíssimo!

Abraços a todos!

P.S: falando em palavrões, descobri como aprender todos de uma só vez, com o melhor professor. Cliquem AQUI e confiram vocês mesmos!

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Os Palavrões - Millôr Fernandes

Os palavrões não nasceram por acaso. São recursos extremamente válidos e criativos para prover nosso vocabulário de expressões que traduzem com a maior
fidelidade nossos mais fortes e genuínos sentimentos. É o povo fazendo sua língua. Como o Latim Vulgar, será
esse Português Vulgar que vingará plenamente um dia.

"Pra caralho", por exemplo. Qual expressão traduz melhor a idéia de muita quantidade do que "Pra caralho"? "Pra caralho" tende ao infinito, é quase uma expressão
matemática. A Via-Láctea tem estrelas pra caralho, o Sol é quente pra caralho, o universo é antigo pra caralho, eu gosto de cerveja pra caralho, entende?

No gênero do "Pra caralho", mas, no caso, expressando a mais absoluta negação, está o famoso "Nem fodendo!".
O "Não, não e não!" e tampouco ou nada eficaz e já sem nenhuma credibilidade"Não,absolutamente não!" substituem. O "Nem fodendo" é irretorquível, e liquida o assunto.Te libera, com a consciência tranqüila, para outras atividades de maior interesse em sua vida. Aquele filho pentelho de 17 anos te atormenta pedindo o carro pra ir surfar no litoral? Não perca tempo nem paciência. Solte logo um definitivo:"Marquinhos, presta atenção, filho querido, NEM FODENDO!". O impertinente se manca na hora e vai pro Shopping se encontrar com a turma numa boa e você fecha os olhos e volta a curtir o CD do Lupicínio.

Por sua vez, o "porra nenhuma!" atendeu tão plenamente as situações onde nosso ego exigia não só a definição de uma negação, mas também o justo escárnio contra descarados blefes, que hoje é totalmente impossível imaginar que possamos viver sem ele em nosso cotidiano profissional. Como comentar a bravata daquele chefe idiota senão com um "é PhD porra nenhuma!", ou "ele redigiu aquele relatório sozinho porra nenhuma!".O "porra
nenhuma", como vocês podem ver, nos provê sensações de incrível bem estar interior. É como se estivéssemos fazendo a tardia e justa denúncia pública de um canalha. São dessa mesma gênese os clássicos "aspone", "chepone", "repone" e, mais há outros palavrões igualmente clássicos.
Pense na sonoridade de um "Puta-que-pariu!", ou seu correlato "Puta-que-o-pariu!",falados assim, cadenciadamente, sílaba por sílaba... Diante de uma notícia irritante qualquer um puta-que-o-pariu!" dito assim te coloca outra vez em seu eixo.

Seus neurônios têm o devido tempo e clima para se reorganizar e sacar a atitude que lhe permitirá dar um merecido troco ou o safar de maiores dores de cabeça.

E o que dizer de nosso famoso "vai tomar no cu!"? E sua maravilhosa e reforçadora derivação "vai tomar no olho do seu cu!". Você já imaginou o bem que alguém faz a si
próprio e aos seus quando, passado o limite do suportável, se dirige ao canalha de seu interlocutor e solta: "Chega! Vai tomar no olho do seu cu!". Pronto,você
retomou as rédeas de sua vida, sua auto estima.Desabotoa a camisa e saia à rua, vento batendo na face,olhar firme,cabeça erguida, um delicioso sorriso de vitória e renovado amor-íntimo nos lábios.

E seria tremendamente injusto não registrar aqui a expressão de maior poder de definição do Português Vulgar: "Fodeu!". E sua derivação mais avassaladora ainda:"Fodeu de vez!".Você conhece definição mais exata, pungente e arrasadora para uma situação que atingiu o grau máximo imaginável de ameaçadora complicação? Expressão, inclusive, que uma vez proferida insere seu autor em todo um providencial contexto interior de alerta e auto-defesa. Algo assim como quando você está dirigindo bêbado, sem documentos do carro e sem carteira de habilitação e ouve uma sirene de polícia atrás de você,mandando você parar: O que você fala? "Fodeu de vez!".

Sem contar que o nível de stress de uma pessoa é inversamente proporcional à quantidade de "foda-se!" que ela fala. Existe algo mais libertário do que o conceito do "foda-se!"?O "foda-se!" aumenta minha auto-estima, me torna uma pessoa melhor.Reorganiza as coisas.Me liberta."Não quer sair comigo? Então foda-se!". "Vai querer decidir essa merda sozinho(a) mesmo?Então foda-se!".
O direito ao "foda-se!" deveria estar assegurado na
Constituição Federal. Liberdade, igualdade, fraternidade e foda-se.

domingo, 8 de novembro de 2009

Aprendendo a dizer nao.

Ouvindo: "Comentarios a respeito de John", Belchior.

Salve, mocada!

Ja se perguntaram sobre o quanto e dificil dizer nao? Ta certo que pra uns e mais dificil que pra outros, mas dizer nao as vezes e um parto!

Chega alguem e oferece um produto. A pessoa responde: "Agora nao, depois eu dou uma olhada!".
A pessoa entra numa loja e o vendedor pergunta se vai levar. A pessoa responde: "Vou dar mais uma voltinha e volto aqui antes de ir embora!".
Alguem pede alguma coisa e a pessoa: "Deixa eu pensar direitinho sobre isso!".

Gente, nos tres casos um simples "Nao, obrigado!" resolveria. Por que cargas d'agua a pessoa simplesmente nao disse isso?

Na boa? Nao falar nao na loja e moleza, nao traz tanto prejuizo. Mas esses mesmos "naos" que a gente nega na loja, a gente nega na vida.

E um nao pro chefe, que pede mais do que deveria...
E um nao pro parente...
E um nao pro amigo....
Um nao pras nossas proprias ideias loucas ou burras....

A gente nao entende que o nao tem a mesma valencia que um sim. So que ao contrario.

Um "nao" nao e bom ou ruim. Nao e nao e pronto. Nao e ofensa, nao e pessoal, nao e perseguicao. E nao e pronto.

As vezes eu acho que temos tanto medo de dizer nao porque o nao e ofensivo pra gente. Ai a gente poupa o outro de ouvi-lo.

O resultado de tudo isso? De tanto nao dizer nao? Voces e que podem me dizer!

Quantas coisas voces fazem porque nao disseram nao?
Quantas perturbacoes voces toleraram porque nao disseram nao?
Quantos prejuizos ja tomaram por esse mesmo silencio?

Se o nao dizer nao se deve ao nosso historico pessoal, a alguma questao filosofica ou mesmo moral, e assunto pra outro papo. Por hora, fica a reflexao sobre nao dizer nao.

Abracos a todos.

P.S: Assim que pensarem sobre o nao dizer nao, comecem a pensar no seguinte: COMO dizer nao?

domingo, 1 de novembro de 2009

Em casa

Salve, mocada!

Estou em casa desde terca-feira, gracas a Deus! Estava sem computador, por isso nao dei noticias antes.

Para voces terem nocao de quantas historias terei pra contar depois da viagem, seguem alguns numeros pra abrir o apetite:

Passei por quatro estados, sem contar o Distrito Federal;
Dormi em seis cidades diferentes;
Dirigi um total de 5.153,2 km (incluindo trechos urbanos);
Fiquei 73horas e 38 minutos ao volante (tempo total).

Muitas Teorias foram confirmadas e/ou refutadas nesses 15 dias de viagem. Falaremos sobre muitas delas aqui!

Abracos a todos!

P.S: acho que esta na hora de levar mais a Psicologia a serio por aqui, ne? Veremos o que pode ser feito.